Clubes de ciências: alunos de colégios estaduais apresentam projetos a adultos na Fiep
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qua, 12/03/2025 – 15:50
Representantes de quatro colégios da rede estadual do Paraná expuseram seus projetos na III Semana dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs), que aconteceu nos dias 11 e 12 de março na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Campus da Indústria, em Curitiba. O evento foi uma iniciativa da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA) em parceria com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI).
Reunindo cerca de 500 visitantes, a III Semana dos NAPIs buscou agregar academia, sociedade civil, iniciativa privada e governo, promovendo o diálogo entre esses diferentes setores e a exposição de resultados de projetos viabilizados pela Fundação Araucária. A programação contou com palestras em palcos interativos e mostra de projetos, produtos, materiais, protótipos, inovações e serviços distribuídos em 16 balcões, entre eles os apresentados pelos estudantes.
A presença de alunos da rede estadual de ensino no evento evidencia o estímulo do Governo do Paraná à formação de pesquisadores e cientistas, que sejam capazes de pensar em soluções inovadoras diante dos desafios do mundo atual, com impacto não só na vida desses estudantes como também no futuro da sociedade. Estiveram presentes integrantes de clubes dos seguintes colégios estaduais: Humberto de Alencar Castelo Branco, de Pinhais; Profª Maria Aguiar Teixeira, Teotônio Vilela e Alfredo Parodi, de Curitiba.
“O Paraná tem investido na formação tecnológica dos estudantes com iniciativas que preparam a nova geração para os desafios do futuro. Um exemplo é a inserção da Robótica e da Programação na grade de componentes curriculares da rede estadual, que ampliam as oportunidades de aprendizado e desenvolvimento dos nossos jovens”, afirma o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.
Os NAPIs, concebidos pela Fundação Araucária, funcionam como redes colaborativas que integram pesquisadores de instituições paranaenses, fortalecendo a ciência, tecnologia e inovação. Ao conectar especialistas de áreas estratégicas, esses núcleos viabilizam recursos e promovem pesquisas aplicadas que impulsionam o desenvolvimento em setores essenciais, como sustentabilidade, biodiversidade, automação e educação. Atualmente, são 40 arranjos voltados a desafios contemporâneos, incluindo emergência climática, robótica e construção de soluções para o futuro.
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CLUBES DE CIÊNCIAS – A participação dos estudantes no projeto ocorre no âmbito da Rede de Clubes de Ciências que, por sua vez, integra as iniciativas do NAPI Paraná Faz Ciência. A partir de um investimento de R$ 23,5 milhões, viabilizado pela Fundação Araucária, a rede tem como objetivo fortalecer a cultura científica entre os estudantes da educação básica, habilitando-os a desenvolver a ampla cidadania. Há 200 clubes de ciências do Paraná Faz Ciência distribuídos nos 32 Núcleos Regionais de Educação (NREs) do Paraná, atendendo quase 5 mil alunos.
ROBÔS E CIDADANIA – Protótipos de um braço robótico e um ‘robô sumô’ controlado por radiofrequência, ambos construídos com impressora 3D: estes foram os projetos apresentados pelos alunos do Clube de Ciências e Robótica Castelo Branco, do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco, de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Inspirado nos desafios propostos na última edição da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), o projeto do robô levou os alunos a organizarem, por conta própria, a Primeira Competição de Robótica na escola, tema que também foi abordado no evento.
Além de aplicar na prática conhecimentos de matemática, física e programação, o clube viabiliza o desenvolvimento de habilidades essenciais para o mundo do trabalho. “Mostramos os desafios que enfrentamos, as soluções que criamos e o impacto que esperamos causar”, afirma a integrante da equipe, Kézia Borges Paiva, de 16 anos.
Já Camili Ilaura Ferlizi, de 17 anos, destaca que a participação no clube fortalece sua formação na área tecnológica. “Acredito que o que estamos fazendo vá ajudar muito a sociedade e contribuir para o meu futuro, pois essa é uma área que está em constante evolução.”
Cidadania foi outro destaque. Como conscientizar crianças e adolescentes do final do Ensino Fundamental acerca de questões ambientais relevantes, como o uso racional da água? É a este questionamento que o trabalho dos alunos do Colégio Estadual Profª Maria Aguiar Teixeira, de Curitiba, busca responder com o Clube Exploradores das Ciências: uma Questão de Cidadania.
Voltado ao combate do desperdício de água, o grupo apresentou trabalhos visuais ilustrando situações que devem ser evitadas como banhos demorados, torneiras abertas ao escovar os dentes e o uso excessivo de mangueiras para lavar carros e calçadas. “As imagens mostram como as crianças compraram essa ideia e como elas, a partir do seu olhar, identificaram esses comportamentos e confeccionaram esse material”, explica o professor Jeremias Ferreira da Costa.
O projeto incentiva a autonomia dos estudantes na identificação de problemas e na busca por soluções, estimulando o pensamento científico desde cedo. “Criança é aquela história: se a gente dá as condições materiais para que elas possam fazer, elas abusam da criatividade de uma forma fantástica”, destaca o professor.
Para Agatha Cristhie Radetski Carvalho, de 11 anos, do 7º ano do Ensino Fundamental, a experiência foi marcante. “Relembrar a importância da racionalização da água com certeza é algo importante; atitudes simples podem afetar diretamente a quantidade de água gasta”, afirma.
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STEAM E CIÊNCIA – Batizado STEAM, em referência à metodologia de ensino que mescla os campos de ciência (Science), tecnologia (Technology), engenharia (Engineering), artes (Arts) e matemática (Mathematics), um grupo de alunos do Colégio Estadual Teotônio Vilela, de Curitiba, apresentou projetos desenvolvidos em sala de aula em 2024. Os trabalhos exploram a relação entre ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática dentro do Clube STEAM Teotônio Vilela.
Entre as atividades destacadas, está um experimento sobre fotossíntese, que combinou conceitos de física e química para analisar o crescimento de sementes de alpiste sob diferentes cores de luz. Outro projeto envolveu a análise ambiental do bosque da escola, onde os alunos identificaram e classificaram resíduos, aplicando metodologias científicas para levantamento de dados.
O clube busca aproximar os estudantes do mundo da ciência e estimular o pensamento crítico, fazendo-os perceber sua presença no cotidiano.
Para Ana Clara Carvalho, de 18 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio, a experiência tem sido transformadora. “Com certeza o clube impactou a minha vida, já que me fez ver a ciência de uma maneira divertida e didática ao mesmo tempo”, afirma.
E o projeto desenvolvido pelo Clube Geração Científica, composto por alunos do Colégio Estadual Alfredo Parodi, de Curitiba, busca conscientizar a comunidade sobre a preservação ambiental e a responsabilidade coletiva na conservação do Rio Belém, que fica próximo a escola e serviu de campo de pesquisa para o desenvolvimento da atividade. Para isso, os alunos apresentaram uma miniatura de um barco com esteira para coleta de resíduos, além de vídeos demonstrando seu funcionamento.
O projeto, desenvolvido pelos alunos em parceria com a professora de Robótica da escola, Izabella Regina Vieceli, oferece uma solução sustentável para a poluição da água, utilizando tecnologia para remover pequenos e médios resíduos do Rio Belém, localizado próximo ao Colégio Estadual Alfredo Parodi.
“Além do aspecto tecnológico, a iniciativa tem um forte caráter educativo e comunitário, promovendo a conscientização sobre a preservação ambiental”, afirma a professora Corine Vanessa Los Costa. “O objetivo é explorar a relação da comunidade com o meio ambiente e incentivar a responsabilidade coletiva”.
Para Marcos Roberto Ribeiro Camargo, de 16 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio, o projeto reforça que a conservação do rio não depende apenas do governo. “A prefeitura arruma, a população cuida.”
Informações: Assessoria/Divulgação