Companhias de saneamento do Sul, Funasa e Aesbe discutem alterações climáticas
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dom, 23/02/2025 – 13:03
As ações de enfrentamento da crise climática e seu impacto na oferta de água foi o foco do encontro entre representantes da Sanepar, da Corsan, do Rio Grande do Sul, e Casan, de Santa Catarina com técnicos da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). A reunião, realizada quinta e sexta-feira (20 e 21), em Porto Alegre, foi proposta pelo presidente da Funasa, Alexandre Motta, para tratar de temas importantes do saneamento para a Sul do País.
O principal objetivo foi a busca da cooperação técnica e a troca de informações implementadas em cada estado durante o período a estiagem e o período de enchentes que têm atingido a região desde 2020. Neste ano, a estiagem atinge pelo menos 100 municípios do Oeste catarinense. O Rio Grande do Sul também vive o drama da estiagem em muitas regiões do Estado.
A Sanepar, representada pelo Diretor de Operações, Sérgio Wippel, teve a incumbência de mostrar o trabalho e as ações desenvolvidas em diversas cidades do Paraná, e em especial, em Curitiba e nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba, nos anos 2020/2021, durante a pior estiagem num cenário de 90 anos. A situação obrigou o Governo do Estado a decretar emergência hídrica.
O diretor falou também da elevação das temperaturas e das ondas de calor que, por consequência, fazem com que o consumo extrapole as médias históricas e, ainda, do excesso de chuvas que causam danos e comprometem o abastecimento, quer seja por danos em equipamentos e falta de energia ou por alterações nos mananciais com aumento de turbidez da água.
Wippel apresentou as ações desenvolvidas pela Sanepar para mitigar os efeitos nos sistemas. Dentre as mais de 20 intervenções, destacou a ativação de fontes incrementais de água, a implantação de sistemas de rodízio para garantir a água para todos, mesmo que de forma intercalada, a transposição de água de outros mananciais, a busca de água em pedreiras, denominada de “ação para tirar água de pedra”, e o fazer chover nas bacias hidrográficas, com a semeadura de nuvens por meio de serviços aéreos.
O diretor propôs à Funasa que sejam locados recursos em coleta e tratamento de esgoto, no âmbito do programa de saneamento rural, e trabalho integrado com a Fundação para apresentar projetos de baixo custo para estes sistemas. “A parceria, a cooperação técnica e a troca de informações favorecem o desenvolvimento de ações, a busca de alternativas individuais e coletivas que possam mitigar os efeitos quer seja do excesso de chuvas ou de estiagens prolongadas”, destacou o diretor.
As definições apontadas no encontro em Porto Alegre envolvem a proposta de cooperação e troca de informações para enfrentando da crise climática na Região Sul com a participação da Câmara Técnica de Gestão Ambiental e Mudança Climática(CTGA); a articulação para apresentação de um painel na COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, no mês de novembro deste ano.
A COP 30 abordará diretrizes gerais para o enfrentamento dos impactos da mudança climática (tempestades, secas, aumento de temperatura) no cotidiano operacional dos prestadores de serviços de água e esgotos. O encontro também discutiu a proposição de inclusão na pauta da COP 30 de temas relacionados a gestão de resíduos e reuso de água, a gestão de crise hídrica e recuperação/preservação de mananciais, além de energia renováveis e biogás.
RURAL – O diretor de Operações da Sanepar fez também uma apresentação do programa Sanepar Rural praticado no Paraná. Wippel falou que o modelo envolve quatro atores, tendo como critérios; atender no mínimo, em cada projeto, 20 famílias e uma extensão máxima de 350 metros por ligação: as prefeituras municipais, que ficam responsáveis pela definição, perfuração, testes e laudos dos poços, podendo ser executado pelo o Instituto Água e Terra (IAT), pelo assentamento das tubulações e execução civil da casa de química e base dos reservatórios.
À Sanepar, cabe a elaboração dos projetos; fornecimento de materiais para a rede de distribuição e ligações, reservatórios e equipamentos; a instalação eletromecânica e de tratamento; a fiscalização do empreendimento e as atividades de educação socioambiental. As comunidades têm a responsabilidade da criação da associação de moradores, que será responsável por acompanhar o empreendimento e, após a entrega das obras, iniciar a gestão e operação.
As comunidades rurais também têm sofrido com as alterações no clima, principalmente, com a estiagem, comprometendo o desenvolvimento rural, a sobrevivência dos animais, a produção agrícola e o uso da comunidade. Alexandre Motta propôs a criação de um canal direto com representantes das Companhias de Saneamento para oportunizar que as empresas e os municípios pleiteiem recursos no âmbito do Saneamento Rural.
Informações: Assessoria/Divulgação