O Cursinho Popular da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) está em Ipiranga. Os alunos das escolas públicas do município agora podem estudar gratuitamente para vestibulares por meio do projeto liderado pela UEPG. As atividades iniciaram nesta quinta-feira (24), no Teatro Municipal da cidade, com apresentação da programação aos estudantes. O cronograma prevê atividades uma vez por mês, com palestras, visitações e aulas especiais.
A aula inaugural reuniu discentes dos terceiros anos dos Colégios Estaduais do Campo Henrique Denck e Luiz de Jesus Correia; e Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos. Na ocasião, foram apresentadas todas as graduações ofertadas pela UEPG. Os encontros em Ipiranga serão semelhantes aos que já ocorrem em Ponta Grossa há sete anos, com foco nas disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Espanhol, Inglês e História. Futuramente, está prevista uma expansão para Matemática e Biologia. “A UEPG é um polo muito importante na região. Em todos os lugares que vamos, encontramos algum egresso nosso, inclusive aqui em Ipiranga. Por isso, apresentar a universidade para vocês, que estão concluindo o Ensino Médio, é um momento muito especial para que possam planejar seus próximos passos”, declara a coordenadora do projeto de extensão, professora Silvana Oliveira.
Boa parte dos jovens já traçou objetivos claros para o futuro. “Eu quero fazer Pedagogia. Gosto de crianças e tenho facilidade em aprender”, explica Alice Moraes. A colega Gabriela Camargo almeja um caminho diferente, na área da saúde. “É um setor bonito e tenho familiares que já atuam nessa profissão. Por isso, é nisso que quero investir”. Já Giovana Lima pretende cursar Engenharia de Produção, graduação ainda não ofertada na UEPG. Os estudos no Cursinho ajudarão nesse processo. “Vou usar o que aprender aqui, com certeza”, afirma. Emeliza Schuede ainda está em dúvida sobre qual curso prestar vestibular, mas já demonstra interesse em Agronomia. “Tenho parentes que trabalham com isso”, comenta.
Agronomia e cursos ligados às Ciências Agrárias parecem ser uma vocação natural entre os futuros universitários de Ipiranga. Quando perguntados sobre quais carreiras desejam seguir, a maioria aponta aquelas ligadas ao cotidiano de pesquisa e trabalho no campo. “Ipiranga é uma cidade com 15 mil habitantes, dos quais apenas cinco mil residem na área urbana. Os demais moram, trabalham e vivem no interior, em sítios e fazendas. Assim, muitos optam por seguir carreiras com as quais já têm familiaridade e nas quais os pais já estão inseridos”, explica a professora Ivonete Aparecida Taubateano, que acompanhou os estudantes durante a apresentação da UEPG.
Um programa de inclusão
O propósito central do Cursinho é democratizar o acesso ao Ensino Superior, especialmente pela difusão das políticas de cotas e pelo oferecimento gratuito de aulas preparatórias para vestibulares e Enem, com foco em jovens oriundos de escolas públicas, negros, indígenas, pessoas com deficiência e transgêneros. Outro propósito é incentivar a apropriação crítica dessas políticas pelas comunidades atendidas.
A coordenadora Silvana também lembra aos participantes que, além da política de cotas já consolidada na UEPG, os alunos podem ingressar na instituição por meio do programa Aprova Paraná Universidades, pelo Processo Seletivo Seriado (PSS) e mesmo por vagas remanescentes. “Temos ainda iniciativas de permanência, bolsas e outros incentivos para que vocês possam alcançar suas metas e sonhos. E o melhor: sem pagar nada por isso, porque a instituição é totalmente pública e gratuita”, explica Silvana.
Além de cumprir a função social da universidade pública de ampliar o acesso à educação superior, a iniciativa também possibilita que licenciandos tenham vivências de sala de aula durante a graduação. Sob a orientação de docentes voluntários que compõem o corpo pedagógico do projeto, eles preparam lições e lecionam junto com os tutores.
O Cursinho Popular é realizado por meio do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (Seti), com a execução da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) da UEPG.
Texto e fotos: Helton Costa
Divulgação/UEPG