sábado, março 29, 2025
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EM CASTRO – Após 16 anos, Tribunal de Justiça do Paraná ordena a prisão imediata de Tomio Ueno pela morte de Flávio Zanon.


Castro – O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), por meio da 1ª Vara Criminal, ordenou a imediata prisão de Fabio Tomio Ueno, condenado pelo homicídio de Flávio Gil Zanon, ocorrido em abril de 2009, em Castro. A decisão foi proferida no dia 18 de março, após um longo processo judicial que se estendeu por 16 anos.

O mandado de prisão foi expedido em conformidade com o Conselho de Sentença, após o TJ-PR julgar improcedente a apelação dos advogados de Tomio. A apelação questionava a validade do julgamento, alegando nulidades no Tribunal do Júri, em razão do desmaio de uma testemunha durante o julgamento e do indeferimento do pedido de exumação do corpo da vítima. Além disso, a defesa argumentou que a decisão contrariava as provas do processo e pleiteou a redução da pena com base na confissão espontânea de Ueno. No entanto, o Tribunal manteve a condenação por homicídio qualificado, reconhecendo as qualificadoras de motivo fútil e dissimulação, mas decidiu reduzir a pena em razão da compensação entre a agravante da dissimulação e a atenuante da confissão qualificada.

O advogado de acusação, Luis Carlos Simionato Junior, esclareceu que o Tribunal de Justiça do Paraná rejeitou as alegações de nulidade e manteve a condenação, mas reduziu a pena para 14 anos.

 

Advogado de acusação, Luis Carlos Simionato Junior

 

Simionato informou que a decisão final foi publicada no dia 17 de março de 2025, mas até o momento, Fabio Tomio Ueno não foi localizado pelas autoridades. Com o novo mandado de prisão expedido, a polícia intensifica as buscas pelo condenado, que agora é considerado foragido.

“São quase 16 anos de processo em que a justiça demonstrou que não deixa impune quem entra na residência de uma pessoa e desfere um tiro na cabeça dela. Ele foi condenado por homicídio qualificado. Tenho muito orgulho de ter participado desse processo como assistente de acusação e nunca houve qualquer situação que permitisse ou justificasse a exclusão das ações deste réu, que agora é um sentenciado. Espero que ele tenha a hombridade de se entregar à Justiça para dar início ao cumprimento da pena. Infelizmente, era muito comum no passado demorarem tanto para resolver um processo desse tipo, mas hoje a situação é muito mais rápida”, afirmou o advogado.

 

Crime e o julgamento

O homicídio de Flávio Gil Zanon ocorreu em 7 de abril de 2009, em Castro, por volta das 23 horas. Segundo a denúncia do Ministério Público, Fábio Tomio Ueno teria ido à casa da vítima, armado, motivado por vingança – dias antes, o irmão de Fábio Tomio, Oswaldo Toshio Ueno, havia sido agredido por seguranças que trabalhavam para Zanon. Ao chegar à casa de Zanon, Tomio teria afirmado que desejava conversar, mas, aproveitando-se da confiança da vítima, sacou um revólver e atirou contra a sua cabeça. Flávio Gil Zanon morreu três dias depois, em 10 de abril de 2009.

O caso foi a julgamento apenas em agosto de 2018, nove anos após o crime, no Tribunal do Júri da Comarca de Ponta Grossa. Os jurados acolheram a tese do Ministério Público, que sustentava a qualificadora do motivo fútil e da dissimulação, condenando o réu a 15 anos e 2 meses de reclusão.

 

Efeitos do crime

Na decisão, o Tribunal ressaltou as consequências da morte de Flávio Gil Zanon para sua família. A vítima era o principal provedor do lar e deixou uma filha adolescente, que, segundo os autos, desenvolveu síndrome do pânico após o assassinato do pai. A viúva também enfrenta problemas psicológicos e ficou em estado de depressão profunda.

Informações/PáginaUm
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