sexta-feira, maio 16, 2025
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Festa da Colheita nos Campos Gerais

Os festivais que celebravam colheitas abundantes nas comunidades antigas eram ricos em tradições e simbolizavam a gratidão pela generosidade da terra.

Em diversas civilizações ao longo da história, essas celebrações desenvolveram características únicas, refletindo a cultura dos povos. No século III, passaram a ser integradas aos ritos cristãos, tornando-se parte dos calendários religiosos. Conhecidas como Festas das Semanas ou Pentecostes, essas festividades são identificadas no calendário hebraico como celebrações do final da colheita, envolvendo cânticos e orações, além de refeições festivas. O período exato dessas celebrações não possui uma data fixa, pois está ligado à finalização das colheitas, normalmente ocorrendo no início do outono. No hemisfério norte, elas acontecem em setembro ou outubro, enquanto no hemisfério sul são celebradas em maio ou junho, podendo variar de acordo com os ciclos de produção agrícola. Originalmente, a festa incluía a apresentação das Primícias, ou os primeiros frutos das colheitas, oferecidos ao Senhor, em expectativa de bênçãos e fartura para a comunidade.

No Brasil, imigrantes trouxeram esse costume de longe, recheado de folclore e tradições, visivelmente presente nas comunidades de imigrantes alemães, que ainda hoje mantêm uma forte conexão cultural com suas raízes.

Minha primeira experiência com essa tradição foi no norte do Paraná, há muitos anos, quando o padre alemão Max Kauffmann introduziu essa prática aos fiéis. Ele organizava um grande festival, onde os fiéis traziam oferendas em um desfile festivo para a igreja matriz, conhecido como Festa da Lavoura, celebrada no dia primeiro de maio. A igreja era decorada com produtos da região e, após as festividades, tudo era doado a entidades beneficentes.

Nos Campos Gerais, a festa mais famosa é a Erntedankfest da Colônia Terra Nova, realizada em Castro. Anualmente, em maio, a comunidade se une para uma celebração que começa com uma missa na Igreja de Santa Terezinha, seguindo com desfiles de tratores antigos, almoços típicos alemães, danças folclóricas e muita diversão. O dia termina com um kaffeeklatsch, onde todos se reúnem para agradecer por mais um ano de fartura. As grandes mesas comunitárias durante o almoço promovem o fortalecimento dos laços familiares e da comunidade como um todo.

Assim, podemos afirmar que a colheita é também uma experiência espiritual, pois fortalece os laços sociais, permitindo que todos compartilhem suas experiências e esperanças de tempos melhores, criando uma atmosfera positiva. É um momento de celebração e alegria que envolve pessoas de todas as idades.

Fonte: DC Mais

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