O agronegócio, historicamente dominado por homens, está passando por uma transformação com o aumento da participação feminina em papéis de destaque. No Instituto Cristão Mackenzie (ICM), essa mudança se reflete nas salas de aula e nas lideranças da instituição, evidenciando o papel crescente das mulheres no setor.
Situado em Castro, no interior do Paraná, o ICM, que oferece ensino médio regular e técnico em Agropecuária, foi integrado ao Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) em 2023. Com uma área de 350 hectares e uma fazenda própria, os estudantes têm a oportunidade de trabalhar com diversas atividades, incluindo lavouras, pecuária leiteira, ovinocultura, caprinocultura e suinocultura.
Mônica Jasper, diretora-geral do ICM e a primeira mulher a ocupar essa posição em 110 anos de história do colégio, é um exemplo do avanço feminino no agronegócio. Ela enfatiza a importância do curso para a inclusão das mulheres no setor, afirmando que a formação profissional e o estímulo ao empreendedorismo abrem novas oportunidades no mercado de trabalho, capacitando-as em áreas como agricultura, pecuária e gestão rural, além de desmistificar a exigência de força física.
Com formação em Engenharia Agronômica, doutorado em Agricultura e pedagogia, Mônica ressalta que a formação técnica permite que as mulheres gerenciem suas propriedades rurais, invistam em negócios agropecuários sustentáveis e ocupem cargos de liderança, contribuindo para a diminuição das desigualdades de gênero e para um agronegócio mais inclusivo.
No âmbito pedagógico, a coordenação do curso técnico em agropecuária está sob a responsabilidade de Carla Fernanda Ferreira, uma engenheira agrônoma com doutorado em Ciências do Solo. Ela destaca que atualmente as turmas de 2ª e 3ª série do técnico têm 50% de alunas, um avanço significativo em comparação com períodos anteriores, quando esse percentual era bem menor.
Apesar de avanços, as mulheres ainda enfrentam desafios importantes para conquistar espaço e crescer profissionalmente, especialmente em posições de liderança. Carla menciona a dupla jornada de trabalho que muitas mulheres encaram, equilibrando maternidade e carreira, além de se depararem com barreiras de estereótipos de gênero.
A presença de mulheres em funções de liderança no ICM evidencia o fortalecimento feminino e a abertura de portas para outras mulheres no agronegócio. Aluna do terceiro ano, Eliza Schneider representa o futuro promissor, aspirando assumir o negócio familiar de gado de corte e se tornar uma referência na área.
Mônica Jasper acredita que para que as mulheres superem as barreiras e os preconceitos no setor agropecuário, é necessário desenvolver três pilares: habilidades de liderança, capacitação em empreendedorismo e inteligência emocional, além de adaptações e inovações.
A confessionalidade também desempenha um papel essencial na vida comunitária dos alunos, incentivando-os a viver conforme valores cristãos e a combater a desvalorização do gênero feminino, fundamentando-se na igualdade implícita entre os gêneros.
As parcerias do Instituto Cristão Mackenzie com empresas do agronegócio e cooperativas facilitam a empregabilidade das mulheres formadas, oferecendo acesso a estágios e programas de trainee. Mônica conclui afirmando que estão preparando futuras lideranças e moldando um agronegócio que está passando por profundas transformações, onde suas alunas desempenham um papel crucial.
Fonte: https://arede.info/campos-gerais/566342/instituto-cristao-de-castro-forma-futuras-gestoras-do-agronegocio
