sábado, maio 10, 2025
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No Dia das Mães, pesquisadora da UEPG fala sobre romper o ideal de maternidade – Universidade Estadual de Ponta Grossa

Debaixo de uma árvore florida de ipê rosa, Maísa Caminski Antunes caminha com seus filhos, Pedro e Melissa. A cena bonita não sobrepõe o verdadeiro sentido da maternidade para a mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). No Dia das Mães, comemorado neste domingo (11), a pesquisadora destaca as variadas formas de ser mãe na instituição.

Maísa entrou em 2025 como mestranda, mas a trajetória da estudante na UEPG vem desde a graduação em Pedagogia. Tanto no trabalho de conclusão de curso, quanto agora na dissertação, ela pesquisa aspectos da maternidade no ambiente universitário. Sob orientação da professora Marcela Teixeira Godoy,  Maísa investiga o suporte que a Universidade oferece às mães estudantes. A pesquisa se entrelaça com a vida – a UEPG viu nascer seus dois filhos. Pedro veio no último ano da graduação e Melissa chegou juntamente com a aprovação no PPGE. “Eu comecei a me questionar sobre questões da maternidade universitária quando eu estava na graduação, quando comecei a viver esse processo. Me tornei sujeito vivendo esta realidade”, relata.

Para a mestranda, é importante que haja acolhimento e políticas universitárias que visam a permanência de mães. “Meu objetivo é que as pessoas olhem para as mães com mais respeito, entendendo que elas têm o direito educacional legislado de estar na Universidade e que reafirmam esse direito ao conquistarem suas vagas por meio do Vestibular”. Maísa é umas das mães com as quais a UEPG convive diariamente. Das 770 professoras e agentes universitárias, dentre efetivas e temporárias, 628 são mães. No contexto universitário, a Pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae) levantou em 2024 a estimativa de 60 estudantes que vivenciam a maternidade.

Na instituição, as discentes grávidas podem solicitar o Regime de Exercícios Domiciliares (RED), mediante atestado médico, que pode ocorrer a partir do 28º dia antes do parto, por um período de 120 dias. O mesmo vale para as adotantes. Maísa solicitou, durante a graduação, esta condição para continuar os estudos. Agora no Mestrado, ela conseguiu a extensão do prazo para entrega da dissertação. Como o Regime exige que o aluno mantenha vínculo com as disciplinas, a mestranda destaca a ajuda que teve da família, amigos e professores para continuar os estudos. “Minha maternidade está situada na vivência de uma mulher cis*, branca, parte da classe trabalhadora, e que há um ano se tornou mãe solo”. Porém, é fundamental falar da maternidade no plural, segundo ela, “porque são muitos os atravessamentos que compõem essa experiência. Todas essas maternidades estão presentes na Universidade e precisam ser reconhecidas e respeitadas”.

Como uma mãe solo de dois filhos que também é pesquisadora, Maísa complementa: “Não dá pra idealizar a mãe como uma guerreira, porque na verdade ela não deveria ser, não deveríamos ter tanta carga de trabalho”.  Neste Dia das Mães, é importante romper o ideal de maternidade. “Não existe uma única forma de ser mãe, são muitas. Que essa data não seja apenas marcada por flores ou homenagens simbólicas, mas por escuta, respeito, apoio e reconhecimento”. Com a Melissa no colo, enquanto participa da aula no PPGE, Maísa espera que sua pesquisa tenha resultados práticos. “Quero conscientizar a comunidade acadêmica, para que olhem as mães sem romantização”.

Texto: Jéssica Natal | Fotos: Domi Gonzalez, Jéssica Natal

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Divulgação/UEPG

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