No Dia Nacional do Turismo, comemorado em 8 de maio, professores, estudantes e profissionais formados pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) compartilham suas trajetórias e apontam as possibilidades de carreira abertas pela formação na área.
O Curso de Turismo da UEPG prepara os alunos para atuar em diferentes caminhos profissionais, como hotelaria, agenciamento de viagens, gastronomia e gestão pública. Com um mercado de trabalho em expansão, o setor já representa 8% do PIB brasileiro e emprega cerca de 7,3 milhões de pessoas, segundo a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo).
Graduada pela UEPG em 2008, Karen Kobilarz afirma que a profissão é fascinante, mas tem desafios. “Atuar no turismo exige atualização constante e diálogo com várias áreas. Não tem como ficar parado”. Atualmente, ela trabalha com organização de eventos e presta consultoria em projetos de desenvolvimento local e regional, além de cursar mestrado em Geografia na UEPG.
O interesse pela profissão surgiu de forma inesperada, quando assistiu a uma palestra da então coordenadora do Curso de Turismo da UEPG, professora Márcia Dropa. “Eu estava passando em frente ao Clube Verde e estava tendo um evento de turismo. Quando ouvi a palestra dela, me entusiasmei, gostei do tema e falei: ‘Por que não?’. Vi ali um campo de atuação diferente, criativo, que valorizava a cidade”, conta.
Desde o início da graduação, ela buscou conhecer diversas frentes do turismo. “Optei por fazer estágios em várias áreas para experimentar”, relata. Kobilarz incentiva estudantes interessados na área a considerar o Curso de Turismo como uma porta para diferentes caminhos, e aponta o potencial empreendedor da formação. “Por que não ser proprietário de uma pousada, de uma agência de viagens ou de um restaurante? O universo é grande!”
Outro exemplo das diferentes oportunidades que a formação da UEPG possibilita, Billy Joy Vinticinco encontrou no turismo em áreas naturais sua vocação profissional. “Sempre gostei de natureza. Em conversa com amigos que cursavam a graduação, descobri que o turismólogo podia atuar com áreas naturais e resolvi tentar. Me apaixonei pelo curso”, afirma.
No último ano da graduação, Vinticinco fez estágio na Fundação Projeto Tamar em Fernando de Noronha, organização que atua na conservação do arquipélago pernambucano. “Eu ajudava a capacitar os funcionários da ilha a passar as informações corretas sobre o projeto para os turistas”, relata. A experiência rendeu o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), em que o aluno comparou o conhecimento que os funcionários tinham sobre educação ambiental antes e depois do programa.
Entre 2022 e 2024, Vinticinco integrou uma equipe de pesquisa da Universidade de West Virginia nos Estados Unidos. O projeto ocorreu nos estados de Oregon e Washington, e incluiu outros dois egressos do Curso de Turismo UEPG. “As florestas nacionais de lá são preservadas há mais de 100 anos, e como o turismo é bem consolidado na região, é preciso que haja toda uma logística de visitação”, explica.
De volta ao Brasil, Vinticinco realizou uma viagem de bicicleta durante 16 dias, percorrendo sete cidades dos Campos Gerais. Ele considera que o turismo de áreas naturais está crescendo em toda a região “A pandemia mostrou para as pessoas como é importante sair de casa, visitar lugares de natureza e respirar ar puro. Isso fortalece a nossa saúde física e mental”, afirma.
Aprender com quem conhece o mercado
Professora do Curso de Turismo da UEPG desde 1998, Jasmine Moreira foi a primeira docente formada na área a integrar o quadro da Universidade. Ela destaca que a realidade da profissão mudou muito nas últimas décadas. “O curso ajudou a profissionalizar o setor. Nós vemos o crescimento do turismo em áreas naturais, que sempre foi um potencial da região e agora está recebendo mais investimentos”, relata.
Moreira destaca que, em agosto deste ano, a UEPG sedia o Congresso Nacional de Ecoturismo, que reúne pesquisadores, estudantes e representantes de órgãos como o Ministério do Turismo. “Vamos receber pessoas de várias regiões do país. Vai ser um momento importante para mostrar a estrutura da universidade e incentivar os estudantes do ensino médio a conhecerem o curso”, conta.
Larissa Mongruel, professora do Curso de Turismo da UEPG, considera que o mercado de trabalho para os profissionais da área está em expansão em Ponta Grossa. “A cidade sempre foi muito voltada ao turismo de negócios, por causa da indústria. Mas hoje o turismo de lazer está crescendo, e a cada ano que passa se tornando mais profissional”, avalia.
Formada pela UEPG em 2004, Mongruel ingressou no Curso de Turismo motivada pelas experiências de infância. “Eu me hospedava muito em hotéis quando era criança, por causa do trabalho do meu pai. O dia a dia da hotelaria me chamava muito atenção, e foi isso que me fez pensar nesta profissão”, relembra.
Em 2024, a UEPG inaugurou dois novos espaços para atender às demandas do Curso de Turismo: o Laboratório de Alimentos e Bebidas e o Laboratório de Hotelaria, onde Mongruel leciona. “Esperamos muito por isso. Agora conseguimos aplicar o conteúdo de forma mais prática, em um local que simula a estrutura de um hotel”, afirma.
A professora destaca a versatilidade da formação em Turismo como um atrativo para os jovens que ainda estão escolhendo a profissão. “Convido todos a virem conhecer o nosso curso, que está sempre de portas abertas. Tenho certeza de que quem ingressar, não vai se arrepender. É um curso realmente apaixonante”.
Futuras profissionais
Para Irene Salamucha, aluna do primeiro ano, o turismo surgiu como uma oportunidade de voltar a estudar. “Sou formada em pedagogia. Agora aposentada, decidi aproveitar uma vaga remanescente. O conhecimento que nós adquirimos, ninguém tira”, afirma. A aluna destaca que os estudantes vivenciam muitas experiências práticas. “Somos a primeira turma, em 25 anos, a ter os laboratórios desde o primeiro ano. Isso muda muito a forma de aprender.”
Jennifer Milcheski também ingressou na graduação este ano e se surpreendeu com a abrangência do curso. “Achei que fosse mais restrito, mas vi que envolve hotelaria, alimentação, comunicação. A gente não fica só na teoria. Faz muita prática”. Ela menciona a participação no Festival das Cataratas (FIT), em Foz do Iguaçu, como um exemplo de atividade que aproxima os estudantes do setor. “É lá que a gente conhece os nossos futuros chefes e colegas da área.”
Carla Cristina Barbosa ingressou na graduação logo após concluir o ensino médio. Ela já tinha contato com o turismo por influência da família e buscou a UEPG por interesse nas disciplinas oferecidas. “Quando descobri que o curso existia, comecei a pesquisar as matérias e decidi que era isso que queria”, afirma. Carla destaca a acolhida que recebeu ao entrar na universidade. “Os veteranos e professores são muito receptivos. Isso ajuda bastante quem está começando agora.”
Ao longo do semestre, os estudantes do primeiro ano já participaram de visitas técnicas a pontos turísticos da região, como o Parque Estadual de Vila Velha, o Lavandário dos Campos Gerais e hotéis em Ponta Grossa, além de atividades relacionadas ao turismo gastronômico. “A gente vê na prática o que aprende em sala. É isso que faz diferença”, afirma Salamucha.
Texto: João Pizani | Fotos: Gabriel Miguel e Erica Fernanda
Divulgação/UEPG
