Robótica e tecnologia: estudantes da rede estadual deixam legado de inovação

Robótica e tecnologia: estudantes da rede estadual deixam legado de inovação

32284098991
seg, 24/02/2025 – 10:38

Sistema de irrigação automatizado e motor a hidrogênio estão entre inventos criados por alunos da rede estadual do Paraná. Iniciativas integram programas desenvolvidos pela Secretaria da Educação do Paraná, como a implantação de aulas de robótica e ações específicas para alunos com altas habilidades.

Tecnologia, ciência e inovação caminham lado a lado com a educação na rede estadual de ensino do Paraná. Em escolas estaduais do Oeste do Estado, iniciativas de estudantes nas áreas de robótica, programação e engenharia têm construído um legado de inovação para as próximas gerações de estudantes.

Alunos do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, em Santa Terezinha do Itaipu, no Oeste do Estado, desenvolveram um sistema automatizado que mede o nível de água no solo e irriga as plantas de uma horta localizada no pátio. Já no Colégio do Campo Pedro Américo, em Serranópolis do Iguaçu, na mesma região, inovação, ciência e empenho dos estudantes resultaram na criação de um motor alimentado por combustível de hidrogênio.

Premiadas em feiras científicas, as ações integram programas desenvolvidos pela Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), como a implantação de aulas de robótica nas escolas estaduais e a criação de ações específicas para alunos com altas habilidades.

“Em toda a rede estadual, a educação vai além da sala de aula. Inovação, ciência, robótica e programação têm que andar juntas com o conteúdo, e é exatamente isso que temos buscado nas mais de 2 mil escolas da rede do Estado. Ver projetos como esses saindo do papel nos deixa muito orgulhosos e mostra que estamos no caminho certo”, afirma o secretário da Educação, Roni Miranda.

Hoje, mais de 160 mil alunos da rede estadual têm acesso a práticas de robótica, que integra a grade curricular desde 2022. O índice foi alcançado após investimentos na ordem de R$ 30 milhões para a compra de kits de robótica, realizado no final do ano passado. Já o componente de programação alcança cerca de 500 mil estudantes de escolas estaduais e soma mais de 1 milhão de atividades realizadas.

USO RACIONAL DA ÁGUA – A horta localizada no pátio do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, em Santa Terezinha do Itaipu, se tornou o palco perfeito para a criatividade dos estudantes Alessandro Dias, Guilherme Gruber, Kauã Fernando Souza e Pedro Henrique Silva. Ali, são cultivados cebola, alface, beterraba, cenoura, abobrinha e maracujá, além de alecrim, manjericão, salsa, açafrão e tomilho, alimentos utilizados na preparação da merenda escolar.

A partir de 2022, os jovens se dedicaram a criar um sistema automatizado, capaz de irrigar os vegetais conforme o nível de umidade presente no solo. “Tivemos a ideia de começar uma turminha de programação à tarde, para colocar algumas ideias em prática no colégio. E surgiu a proposta de automatizar a hortinha do colégio, porque era tudo manual, e o zelador tinha que ficar indo lá para regar”, conta Kauã Fernando.

Para a criação do sistema, os alunos receberam orientação do professor Eduardo Henrique Claudino Rocha, em aulas de robótica e programação desenvolvidas em contraturno.

Robótica e tecnologia: estudantes da rede estadual deixam legado de inovação em escolas do Oeste

O invento funciona por meio de sensores de umidade, instalados no solo e conectados a uma placa Arduino, ligada a uma cisterna que capta água da chuva. Quando detectam a falta de umidade na terra, os sensores emitem um sinal elétrico para a cisterna, que libera água para a irrigação da horta. “O nosso dispositivo reduz o consumo da rede pública, aproveitando a água da chuva para a irrigação, e diminui o desperdício porque libera somente a quantidade de água necessária, evitando o excesso. E assim, o colégio se torna um exemplo de preservação ambiental”, comentou Pedro Henrique Silva.

Três anos após o início do projeto, o impacto positivo da invenção ainda é perceptível. Para os alunos, já formados no Ensino Médio, a experiência representou a oportunidade de aprender mais sobre programação e engenharia, além de ganhar prêmios – a iniciativa venceu o Agrinho 2023, na categoria Robótica.

“Participar do projeto me ensinou muito sobre como trabalhar em equipe”, exemplificou Pedro Henrique, que hoje cursa o terceiro ano do Ensino Médio e já sabe qual carreira profissional vai seguir. “Pretendo continuar nessa área de tecnologia e trabalhar com cibersegurança”, revelou.

“O legado que deixamos para o colégio é que não precisamos de muita coisa para conseguir inovar. E, sem dúvidas, o projeto contribuiu muito para minha formação, porque a partir dele eu escolhi realmente o que eu quero fazer no futuro”, completou Guilherme Gruber, aprovado para o curso de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Na escola, o invento é usado regularmente, e tem contribuído para reduzir o consumo de água e os gastos mensais com a manutenção da horta. Conforme a direção, a inovação dos jovens estudantes simboliza o papel fundamental que o pátio de quase 3 mil metros quadrados desempenha no aprendizado dos alunos.

“Trabalhamos com a ideia de que o pátio educa. Temos um pátio grande, com bastante verde, e investimos muito em paisagismo e cores, além de trabalhos que os próprios alunos vão fazendo”, destacou o diretor do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, Juliano Ferraz. “Quando chega no portão da escola, o aluno já percebe um espaço diferenciado. Todo o ambiente da escola é educacional”, completou.

COMBUSTÍVEL DE HIDROGÊNIO – Inovação, eficiência e sustentabilidade também são os focos de um projeto elaborado no Colégio do Campo Pedro Américo, em Serranópolis do Iguaçu. Estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio desenvolveram um motor a hidrogênio, alternativa sustentável para a geração de energia em máquinas e veículos.

Alécio Tavares, Davi Beraldin e Gustavo Mafioletti foram os responsáveis pela iniciativa. Os três estudantes são contemplados pelo Atendimento Educacional Especializado no Integral (AEE-I) para alunos com Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), e a criação do invento foi motivada pela da edição 2024 da Feira Científica do Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação da Seed-PR (FENAAH/S).

Na feira, sediada em Foz do Iguaçu, o projeto Hidrogênio como Combustível obteve o terceiro lugar em duas categorias – Sustentabilidade e Tecnologia e Inovação. Depois, a ação também acumulou prêmios na Feira de Inovação das Ciências e Engenharias (Ficiências) e no 4° Encontro de Pesquisa, Extensão e Inovação da Faculdade Uniguaçu.

“Tudo começou com o desafio de participar da feira de ciências. Queríamos algo inovador e sustentável, então pensamos: e se a gente fizesse um motor funcionar com hidrogênio? A partir daí, pesquisamos, testamos e erramos bastante até conseguir um sistema funcional”, contou Tavares.

Para os alunos, as maiores conquistas foram os conhecimentos construídos, tanto no laboratório, quanto fora dele. “O projeto contribuiu muito com meu aprendizado nas áreas de física, química e mecânica, e com minha habilidade de oratória. Conheci pessoas incríveis e ganhei ótimas oportunidades, e também inspiramos outras pessoas”, celebrou Davi Beraldin.

Segundo os jovens pesquisadores, o hidrogênio é uma fonte de energia limpa e com alta densidade energética – ou seja, pode gerar mais energia por volume em comparação a outros combustíveis. Além disso, o hidrogênio pode ser produzido a partir de fontes renováveis, como a eletrólise da água, empregada pelos estudantes. Isso o torna uma alternativa sustentável ao petróleo e ao gás, por exemplo.

“O grande desafio hoje é a infraestrutura para produção, armazenamento e distribuição do hidrogênio, mas à medida que essa tecnologia evolui, ela pode ser cada vez mais comum no nosso cotidiano”, explicou Mafioletti.

Hoje, os três estudantes cursam Ensino Médio Técnico no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) de Medianeira, onde dão continuidade ao projeto e aprimoram seus conhecimentos nas áreas de eletrotécnica e desenvolvimento de sistemas.

Ainda assim, o legado de inovação e tecnologia continua vivo em Serranópolis do Iguaçu. “Esse tipo de iniciativa permite que os alunos avancem além do currículo tradicional, trabalhando em projetos que estimulam a criatividade, a resolução de problemas, pensamento científico e principalmente o protagonismo juvenil”, relatou a diretora do Colégio do Campo Pedro Américo, Marize Beraldin.

“Isso estimulou outros estudantes da escola a participarem de pesquisas, e já temos vários projetos em andamento. Eles foram um espelho para muitos jovens”, finalizou.

Informações: Assessoria/Divulgação

  • Guia Geral

    Guia Geral é um site de notícias e guia comercial.

    Veja também

    Edital da Sanepar para captação de resíduos orgânicos de empresas é prorrogado

    Edital da Sanepar para captação de resíduos orgânicos de empresas é prorrogado Sanepar 32284098991 seg, 24/02/2025 – 12:40 Até 31 de dezembro, Usina Sanepar de Bioenergia credencia empresas alimentícias, açougues,…

    Sanepar prorroga edital para destinação de resíduos orgânicos

    Sanepar prorroga edital para destinação de resíduos orgânicos Sanepar 32284098991 seg, 24/02/2025 – 12:43 Até 31 de dezembro, Usina Sanepar de Bioenergia credencia empresas alimentícias, açougues, laticínios, refeitórios industriais e…

    Deixe um comentário