Uma década de proteção à infância. A Semana de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) chega à sua décima edição promovendo o debate sobre as violências sofridas por crianças e jovens com a ideia de mobilizar a sociedade a pensar em formas de proteger uma das parcelas mais vulneráveis da população. A 10ª Semana de Enfrentamento aconteceu entre 15 e 21 de maio, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.
Organizada pelo projeto de extensão Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assessoria sobre Infância e Adolescência (Nepia), a Semana de Enfrentamento promove debates que perpassam por áreas ligadas ao direito, serviço social, saúde e segurança pública. O evento é organizado em parceria com a Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes (Ceves) e conta com apoio da Prefeitura de Ponta Grossa, do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA), das forças de segurança pública e órgãos do poder judiciário no município.
Ao longo de sete dias de evento, as diferentes atividades desenvolvidas mobilizaram mais de 1200 pessoas de diferentes organizações municipais e regionais a contribuir para o enfrentamento às violências e à proteção de direitos do público infanto-juvenil. A abertura oficial da Semana ocorreu em cerimônia no dia 16, e lotou o Grande Auditório do Campus Centro com estudantes de graduação, pós-graduação e das residências em saúde da Universidade, agentes de segurança e saúde pública, membros do poder judiciário, representantes da gestão municipal e da comunidade.
Na cerimônia, a gestão da UEPG foi representada pelo chefe de gabinete da Reitoria, professor Rauli Gross, que enfatizou a importância da Universidade sediar um debate urgente que mobiliza toda a sociedade. “A UEPG e seus vários projetos de extensão e pesquisa assume várias frentes na luta contra a violência. O conhecimento aqui produzido é determinante para garantir um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes”, destaca Rauli. O vice-prefeito de Ponta Grossa, Pastor Moisés Faria, exaltou a importância da união de esforços entre as diferentes esferas da sociedade para solucionar o problema em conjunto com a Universidade e o poder público. Estiveram presentes a secretária municipal da Família e Desenvolvimento Social, Camila Calisto Sanches, e o presidente do CMDCA, Paulo Henrique Viveiros.
Após a cerimônia de abertura, teve início a palestra “Cuidando e Protegendo: formação para o atendimento a crianças vítimas de violência”, ministrada pela delegada Ana Paula Carvalho, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), da Polícia Civil do Paraná; o médico legista Luiz Antônio de Barros e os peritos Paulo Romero de Araújo e Igor Tostes, da Polícia Científica. Durante a apresentação, os agentes abordaram os protocolos para o atendimento adequado em casos de violência e explicaram formas de identificá-la.
A coordenadora do Nepia e organizadora da 10ª Semana de Enfrentamento, professora Danuta Cantoia Luz, destaca que o evento é parte de uma mobilização dinâmica e contínua que o Núcleo desenvolve em quase três décadas de atuação, tanto no apoio a municípios, quanto no desenvolvimento de capacitações e estudos sobre infância e adolescência. “As atividades desenvolvidas na Semana trazem uma perspectiva sobre a totalidade do fenômeno das violências contra crianças e adolescentes ao articular o conhecimento sobre diferentes tipos de violências, formas de atendimento e os direitos deste público”, exalta a coordenadora.
A programação da Semana foi protagonizada pelo Nepia, que realizou ações formativas em escolas de Ponta Grossa, e projetos de extensão parceiros que exploraram diferentes temáticas ligadas ao combate à violência infantil por meio de palestras. Integraram a programação do evento os Núcleos de Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (Neddij); Maria da Penha (Numape); Estudos sobre Violência Intrafamiliar (Nevin); Processos Migratórios e Intercâmbios: Inclusão Social e Diversidade Cultural (Promigra) e Parentalidade Positiva na Primeira Infância (Papoprin).
Danuta explica que a diversidade de temas contemplados na programação do evento é um reflexo da complexidade do tema da violência contra crianças, suas diversas causas e formas que se manifestam nos diferentes espaços da sociedade; contudo, a coordenadora alerta que o debate sobre o tema não se esgota em uma semana. “Buscamos enfatizar que a violência é um tema complexo, que permeia todas as classes sociais e traz como consequência a negação às criança do seu reconhecimento como sujeito de direito”, explica a palestrante e membro do Nepia, professora Cleide Lavoratti.
Para os participantes da Semana, o evento permitiu criar um senso de coletividade e unidade no enfrentamento à violência. “Todo espaço em que é possível ter um conjunto de profissionais de diferentes áreas debatendo sobre atendimento e direito de criança e adolescentes deve ser valorizado e aproveitado. Eu acho que esses espaços sempre trazem uma coisa nova pra ser aprendida”, celebra a assistente social e residente em Saúde Pública pela UEPG, Maria Clara Istschuk.
Texto: Gabriel Miguel | Fotos: Aline Jasper, Gabriel Miguel e João Pizani
Divulgação/UEPG
