Cultura, divulgação científica e identidade. O Museu Campos Gerais (MCG) e o Museu de Ciências Naturais (MCN), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), protagonizaram ações culturais para a 23ª Semana Nacional dos Museus. Entre 12 e 18 de maio, aconteceram atividades culturais e formativas, como parte da programação de um evento que abriu as portas de museus de todo o Brasil para debater o acesso à cultura e o conhecimento. O evento é realizado anualmente, pelo Ministério da Cultura, e trouxe o debate sobre o papel dos museus na atualidade.
Museu de Ciências Naturais
O MCN foi palco de atividades socioeducativas voltadas à difusão de conhecimentos sobre a natureza e a produção de ciência. Durante uma semana, a sede do Museu, no Campus Uvaranas, recebeu mais de 300 visitantes para uma programação variada, que uniu as ciências da Terra e da biodiversidade às tecnologias e conhecimentos ancestrais. O evento trouxe um importante acontecimento: o lançamento do Manual da ABNT em línguas indígenas– Guarani e Kaingang, em conjunto com a Biblioteca Central (Bicen) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), que contou com a presença de estudantes indígenas da UEPG.
A programação teve a palestra “Geografia e Educação Patrimonial”, ministrada pela coordenadora nacional de Geociências na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professora Maria Goretti da Costa, da Universidade Federal do Pará (UFPA), em 14 de maio; a pesquisadora abordou os desafios do ensino de geociências por meio da extensão universitária. Na abertura, o vice-reitor, professor Ivo Mottin Demiate, exaltou o papel fundamental dos museus da UEPG em levar conhecimentos para novos públicos fora da Universidade; o evento foi promovido pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG (PPG-Geo).
As portas do Museu se abriram aos públicos até à noite, quando ocorreram palestras, oficinas e a exibição do documentário “O Lugar antes de Mim: Megafauna”, dirigido por Karla Nascimento, e com cenas produzidas no MCN, utilizando seu acervo. A visitação guiada “Uma noite no museu” permitiu a um público diverso conhecer o rico acervo do Museu, que assim como Deucélia dos Santos, foram movidos pelo conhecimento: “Eu não conhecia o Museu, mas conversando com meu irmão que estuda Geografia na UEPG, tive vontade de vir, porque sempre tive vontade por novos conhecimentos. Fico muito feliz em saber que nossa cidade tem esse museu lindo!”.
O coordenador do MCN, professor Antônio Liccardo, exalta a importância da Semana dos Museus para atrair novos públicos e conectar o espaço às outras instituições dedicadas à produção e preservação de conhecimentos. “Eventos como a Semana tem nos mostrado que estamos conseguindo chegar nas pessoas e transmitir novos conhecimentos, que é a nossa principal função enquanto museu. Nos deixa muito contentes em receber um público que visitam o MCN pela primeira vez”. Liccardo destaca que o MCN é uma porta de entrada da comunidade para a UEPG: “Em três anos de funcionamento, já atingimos mais de trinta mil pessoas. Então entendemos que a missão de aproximar a Universidade das pessoas está sendo cumprida”.
Museu Campos Gerais
O MCG trouxe ao público uma diversidade de assuntos por meio de palestras, cursos e oficinais realizadas entre os dias 13 e 17; as atividades também integraram a programação do 3º Encontro de História Pública, realizado em conjunto com o Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da UEPG. O pesquisador Eurípedes Funes, da Universidade Federal do Ceará (UFC), ministrou roda de conversa com a temática central da 23ª Semana dos Museus, na qual abordou pesquisas em comunidades em transformação constante e a palestra de abertura do evento, intitulada “História e Memórias de Mocambeiros Amazônicos: um lugar para não morrer a liberdade”.
Ao longo dos dias do evento, o MCG se tornou um espaço de discussão sobre diversos temas ligados à história, identidade, tecnologias e políticas públicas para museus e a preservação do patrimônio cultural. Também foram realizadas visitas guiadas pelas diferentes exposições em cartaz, com destaque para a mostra Cotidiano e Vida Militar em Roma, uma viagem de volta ao período de um dos maiores impérios da antiguidade. “Ao todo, reunimos um público diversificado, com diferentes saberes. Construímos um evento que pensa o Museu como um espaço de diversidade, reafirmando nosso papel na construção de uma museologia social”, destaca o diretor de Acervos e Pesquisa do MCG, professor Robson Laverdi.
O residente técnico do MCG e mestrando em História, Vitor Bonfim, descreve a Semana dos Museus como uma oportunidade de aprendizado constante. “Entre os debates que a Semana levanta, o que mais me impactou foi o debate sobre patrimônio imaterial e a sua relevância em uma época marcada pelas tecnologias digitais, o que permite a gente pensar no papel social dos museus no futuro”. Vitor exalta a contribuição que os conhecimentos adquiridos durante a Semana terão em sua pesquisa de Mestrado: “fico contente que o MCG disponibiliza essas atividades gratuitamente para a população ponta-grossense”.
Texto: Gabriel Miguel, com apoio de Erica Fernanda | Foto de capa: Erica Fernanda | Fotos: Erica Fernanda, Gabriel Miguel, João Pizani e Vitor Bonfim (Arquivo Museu Campos Gerais)
Divulgação/UEPG