sexta-feira, junho 6, 2025
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UEPG recebe pesquisador referência em estudos agrogenômicos – Universidade Estadual de Ponta Grossa

Alunos de graduação, pós-graduação e professores de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participaram de uma palestra com o pesquisador e professor Evaldo Ferreira Vilela, assessor da Fundação Araucária. A apresentação abordou a rede agrogenômica que o Paraná está desenvolvendo, focada em estudos sobre as culturas de soja e feijão, bem como dos diversos microrganismos presentes no solo. O evento ocorreu na última terça-feira (03), no miniauditório de Engenharia, no Campus Uvaranas.

A agrogenômica se refere à aplicação de ferramentas e conhecimentos da genômica no contexto da agricultura e produção animal. O foco reside no estudo do genoma (o conjunto completo de material genético – DNA – de um organismo) de plantas, animais e microrganismos de interesse agrícola, com o propósito de compreender e otimizar suas características.

O professor Evaldo Vilela é referência nacional por seus estudos nas áreas de agronomia, entomologia (estudo de insetos), controle biológico e ecologia química, além de ser membro da Academia Brasileira de Ciências. Ele detalhou que um dos objetivos da pesquisa conduzida pelo governo estadual é desenvolver uma variedade de soja diferenciada. “Buscamos uma soja capaz de produzir nutracêuticos e outros componentes, inclusive para ração, eliminando a necessidade de complementos. Adicionalmente, o objetivo inclui sojas que proporcionem maior lucratividade ao produtor e sejam resistentes às variações climáticas. Com o aumento da temperatura, precisamos de uma soja mais tolerante ao calor, com maior capacidade de sobrevivência”, esclareceu.

O especialista estima que em três anos o Paraná apresentará resultados significativos nas pesquisas com soja e feijão. Contudo, o solo também demanda atenção especial, conforme garante Vilela. “Conhecer o solo é crucial, pois de que adianta ter uma planta geneticamente aprimorada sem compreender as características do solo onde será cultivada? O solo não é mais como se pensava, algo que simplesmente se adubava. Em alguns casos, a adubação pode não ser necessária, ou um tipo diferente de fertilizante pode ser indicado, considerando os componentes biológicos do solo. Esse aspecto nunca foi devidamente considerado”, pontuou o cientista.

Este trabalho também visa unificar os resultados de pesquisa no Paraná, uma vez que existem investigações semelhantes, porém, frequentemente, com dados divulgados individualmente em periódicos. “Assim, o conhecimento gerado permanece isolado, e outras nações podem utilizar informações que poderíamos estar sistematizando como política pública”, definiu Vilela, complementando que a iniciativa paranaense é pioneira no Brasil, com uma pequena exceção para São Paulo, que busca unificar estudos sobre as culturas da laranja e cana-de-açúcar.

A necessidade dos estudos se dá porque o Paraná é o segundo maior produtor de soja do país, superado apenas por Mato Grosso, e lidera a produção nacional de feijão. Em relação aos solos, conforme classificação do IBGE, o estado possui 12,2% de suas terras classificadas como classe A1, consideradas excelentes para a agricultura. A média nacional é de 2%, enquanto na região Sul o índice alcança 5,6%. A classe A2 (boa) corresponde a 18,5%, e a classe B (moderada) abrange 34,1% do território paranaense.

Inovação

O Assessor da Presidência da Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos, informou que a Fundação lançou um edital em 2024, para atrair talentos de diferentes áreas, visando contribuir com uma política de Estado que impulsione o desenvolvimento de pesquisas estratégicas no Paraná. No caso do projeto de Evaldo Vilela, a proposta “é delinear um mapa para uma produção mais eficiente e de qualidade, utilizando toda a ciência e o que ela nos oferece para otimizar essa qualidade”, explicou.

Futuro

Projetando futuras etapas dos estudos, daqui a alguns anos, o professor de Agronomia da UEPG, Ricardo Ayub, planeja utilizar os resultados obtidos nesta investigação da Fundação Araucária, juntamente com seus próprios levantamentos, para o aprimoramento na produção de frutas cítricas. “No futuro, poderemos otimizar a produção de laranjas, por exemplo, buscando reduzir o custo para o consumidor e elevar a qualidade, além de minimizar as perdas atuais com doenças e pragas”, comentou.

Texto e fotos: Helton Costa

 

 agrogenomicas Fundação Araucária ODS 1 – Erradicação da Pobreza ODS 10 – Redução de Desigualdades ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis ODS 17 – Parcerias e meios de implementação ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável ODS 4 – Educação de Qualidade ODS 7 – Energia Limpa e Acessível Pesquisa UEPG

Divulgação/UEPG

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